quinta-feira, 22 de setembro de 2011

continuação texto MUSCULAÇÂO


Segundo Bompa (2002), vários sistemas do corpo adaptam-se ao treinamento de força de modo diferente. Músculos crescem, ossos ficam mais fortes ou fracos, dependendo da carga, o sistema nervoso central torna-se eficiente para recrutar a ação muscular e a performance motora faz-se mais coordenada e mais refinada. São os tipos de adaptação: Adaptação anatômica: Processo adaptativo dos ossos, tendões, ligamentos e fibras musculares; Adaptação do sistema nervoso: Aumento do recrutamento do número de unidades motoras e do sincronismo das unidades motoras para agir em união; Adaptação da coordenação neuromuscular: Melhora na coordenação de movimentos e a habilidade de coordenar seqüências específicas. Aprender a relaxar o antagonista e com isso, contrações desnecessárias não afetarão a força do motor primário.
Cada programa deve ser planejado para satisfazer as necessidades de cada individuo e seus objetivos de treinamento. Um professor de educação física ou personal trainer deve ser sensível ao nível de condicionamento físico inicial de cada indivíduo que esteja começando na prática da musculação. As mudanças nos programas e suas progressões serão baseadas e obtidas ao longo do programa de atividade física. (FLECK & KRAEMER, 1999).
Os efeitos do treinamento são específicos para as partes e sistemas corporais solicitados. (BARBANTI, 1997). Com isso, Monteiro (2002), nos diz que o princípio da especificidade é muito mais importante para aqueles indivíduos que tenham como objetivo principal a hipertrofia muscular, e a perda de peso, não sendo tão importante para quem deseja trabalhar somente o condicionamento físico.
O princípio da sobrecarga também é um dos principais componentes da aptidão física, devendo ser programado pelo profissional da área, e respeitando sempre a capacidade individual de cada individuo. Para Fleck e Kraemer (1999), a sobrecarga progressiva refere-se a: “prática de aumentar continuamente o nível de exigência sobre o músculo à medida que ele se torna capaz de produzir mais força ou tenha mais resistência”. (FLECK & KRAEMER, 1999).
Segundo Rodrigues (2001), pode-se relacionar algumas vantagens dos aparelhos em relação aos pesos livres, tais como: a segurança, a comodidade e a velocidade em relação a trocas de peso, economia de tempo e espaço, e uma melhor apresentação estética. Para os pesos livres o autor diz que a principal característica é a versatilidade, sendo que os exercícios podem ser criados com muitas variações de execução. Os exercícios com pesos livres exigem normalmente um tempo maior de aprendizagem e às vezes dependem de parceiros para a realização do exercício com uma maior segurança. Por isso, preferencialmente na fase de adaptação utiliza-se exercícios nos aparelhos.
A duração de um treinamento de musculação depende de vários fatores, tais como das experiências de treinamentos que o indivíduo possui, objetivos específicos individuais, além do tipo de periodização a ser seguida. Esta periodização vai depender única e exclusivamente da vontade de cada pessoa e do tempo disponível que ela possui para praticar a atividade física e também da sua freqüência semanal de treinamento, para que o programa de treinamento possa proporcionar uma melhora na composição corporal e principalmente uma melhora em relação aos objetivos específicos de cada indivíduo. (BOMPA & LORENZZO, 2000).
Os princípios do treinamento de musculação, segundo Westcott & Baechle (2001), são: seleção do exercício e sequência; freqüência do treinamento; série de exercícios; sobrecarga do exercício; repetições do exercício; progressão do treinamento; e esforço do treinamento.
A maior parte dos músculos esqueléticos compõe-se de uma combinação de fibras musculares de contração rápida (tipo II) e lenta (tipo I). É importante lembrar que a unidade motora é composta por somente um tipo de fibra muscular. As fibras de contração rápida estão associadas a atividades que envolvem grande intensidade, potência e curta duração. E as de contração lenta estão associadas a atividades de baixa intensidade e longa duração. (FLECK & SIMÃO, 2008).
Os músculos esqueléticos são responsáveis tanto pela contração quanto pelo relaxamento. Existem dois tipos de contração muscular: a dinâmica e a estática. A dinâmica (mais usada nos treinamentos de musculação) divide-se em concêntrica e excêntrica, onde a primeira define-se como os trabalhos nos quais os músculos encurtam-se e o comprimento diminui, sendo possíveis apenas quando a resistência (peso) é menos do que a força do atleta. Já a excêntrica refere-se à ação inversa ao processo da ação concêntrica, fazendo os músculos retornar ao comprimento original, sustentando a força da gravidade ou tração se um aparelho. (FLECK & SIMÃO, 2008).
Um dos objetivos da musculação é a hipertrofia muscular, que segundo Fleck & Simão (2008), é o aumento transversal da fibra muscular. Para Bompa (2002), o crescimento de um músculo e de seu peso, na maioria das vezes, vincula-se a hipertrofia, podendo ocorrer também em virtude da divisão das fibras musculares (hiperplasia) e pelo aumento do conteúdo de proteínas no músculo.
Músculos agonistas são responsáveis por um determinado movimento articular, já os músculos antagonistas são localizados no lado oposto destes, onde um deles gera flexão articular e o outro extensão articular. Auxiliando os movimentos destas articulações estão os músculos sinergistas que servem para estabilização das mesmas. (WESTCOTT & BAECHLE, 2001).
A musculação passou a ser uma das atividades mais recomendadas para o idoso, na qual possibilita a manutenção ou até mesmo o aumento de força muscular, aumentando a capacidade de realizar atividades do cotidiano. A atividade regular torna o idoso mais dinâmico e com menor incidência de doenças, proporcionando uma melhora na auto-estima e em sua qualidade de vida. (LEITE, 2000).
Os benefícios do treinamento com pesos para os idosos, em termos de aptidão e saúde, igualam-se ou mesmo supera os obtidos pelos jovens. (FLECK & JÚNIOR, 2003). A musculação para idosos ajuda a tornar a realização das tarefas cotidianas que requerem esforço físico mais fáceis e a participação de atividades recreativas mais bem sucedidas, ajuda a melhorar a aparência, e a se sentir e atuar melhor. (WESTCOTT & BAECHLE, 2001).
A obesidade, por sua vez está associada a várias doenças, entre as quais enfermidades cardiovasculares (e seus fatores de risco hipertensão e hiperlipidemias), diabetes mellitus e outros. (MONDINI & MONTEIRO, 1998).
De acordo com Radominski (1998), atualmente recomendam-se exercícios de musculação para pessoas obesas, visando o aumento de massa muscular, aumentando assim o metabolismo basal e reforça as articulações possibilitando ao obeso uma vida mais ativa. Ramos (1997) cita a importância do exercício de força (musculação) no tratamento de obesidade, enfatizando o aumento da resistência ao impacto nas articulações durante o exercício, o que favorece o fortalecimento muscular reduzindo o risco de lesão durante o treino aeróbio e o aumento do metabolismo basal devido o ganho de massa muscular, proporcionando ao organismo aumentar seu gasto calórico.

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